Opinião: Apesar da frustração, desempenho da Ponte Preta no Paulistão merece reconhecimento

Eliminação Frustrante da Ponte Preta nas Quartas de Final do Campeonato Paulista

A eliminação da Ponte Preta nas quartas de final do Campeonato Paulista, mesmo com a quarta melhor campanha geral, gerou uma sensação de frustração e de oportunidade perdida para o clube. Ao longo da fase de grupos, o time de Campinas criou uma expectativa crescente, principalmente devido ao desempenho impressionante sob a liderança do técnico Alberto Valentim, que comandou a equipe nos primeiros 11 jogos da competição.

Com um desempenho sólido e crescente, a Ponte Preta chegou à última rodada com um marco significativo: seis jogos consecutivos sem perder, sendo cinco vitórias dentro dessa invencibilidade. Um dos pontos altos dessa fase foi a vitória de virada contra o São Paulo no Morumbi, um feito que fortaleceu ainda mais as esperanças da classificação para a próxima fase. Com esse triunfo, a Ponte Preta entrou na última rodada com a vantagem de depender apenas de si mesma para garantir a vaga nas quartas de final. O time precisava vencer o Red Bull Bragantino em casa e, dessa forma, avançaria sem precisar torcer por nenhum outro resultado — exceto pela vitória do Palmeiras sobre o Mirassol, time já classificado, mas que precisava ser derrotado para que a Ponte mantivesse a classificação viva.

No entanto, a missão não era nada simples. O Red Bull Bragantino, que também almejava a classificação, se apresentou como um adversário difícil. Embora a Ponte tivesse alcançado a melhor campanha de todos os times fora das fases de mata-mata, do outro lado do campo estava uma equipe da Série A do Campeonato Brasileiro, motivada e em busca da classificação também. O jogo decisivo começou de maneira dramática para a Ponte Preta. Logo no primeiro minuto, o Bragantino abriu o placar com um gol de Jhon Jhon, que desviou na defesa e pegou o goleiro da Ponte de surpresa. Esse gol logo de início desestabilizou as expectativas do time alvinegro, que perdeu rapidamente o controle da partida e viu sua necessidade de reação aumentar.

A situação ficou ainda mais tensa no primeiro tempo, quando, aos 20 minutos, o árbitro marcou um pênalti extremamente controverso para o Bragantino, uma decisão que gerou discussões e reações indignadas por parte dos jogadores e torcedores da Ponte Preta. A marcação foi vista por muitos como uma decisão errada, à semelhança de um outro pênalti duvidoso que foi a favor da Ponte no dérbi contra o Guarani. Com a vantagem ampliada para 2 a 0, a Ponte Preta viu sua chance de reverter a situação diminuir consideravelmente. O time, que até então vinha apresentando uma campanha sólida e cheia de confiança, não conseguiu reagir de forma eficaz ao golpe sofrido e foi refém do que acontecia em Mirassol, onde o Palmeiras também jogava pela classificação.

No jogo entre Mirassol e Palmeiras, o time paulista venceu nos minutos finais, com um gol decisivo aos 44 minutos do segundo tempo, confirmando a vitória por 3 a 2 e eliminando a Ponte Preta da disputa pelo título. Esse cenário foi a última gota de frustração para a torcida da Ponte, que viu a eliminação ocorrer em um campeonato em que o time teria se classificado em qualquer um dos outros grupos, e poderia até ser líder nas chaves de Santos e São Paulo, caso tivesse avançado.

A visão positiva sobre o desempenho da Ponte Preta

Embora a eliminação tenha deixado um sabor amargo no coração dos jogadores e torcedores, o saldo geral da Ponte Preta no Campeonato Paulista é amplamente positivo. A equipe conseguiu alcançar um desempenho surpreendente, considerando o cenário pré-estadual. Antes do início do torneio, o clube se encontrava em um processo de reconstrução após o rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro. O elenco era composto por várias novas contratações e a comissão técnica havia sido completamente renovada. A expectativa era de um time em formação, com o campeonato servindo mais como uma preparação para os desafios da Série C.

Nesse contexto, a Pontuação de 22 pontos, com um aproveitamento de 61% e a defesa menos vazada da competição, demonstrou que o trabalho realizado até ali estava gerando frutos positivos. Apenas oito gols sofridos em 12 jogos reforçaram o bom trabalho defensivo da equipe, que, ao longo da competição, se destacou pela solidez tática e pela identidade que foi construída pelo técnico Alberto Valentim. Mesmo com o revés na última rodada, a Ponte Preta deixou claro que a temporada não está perdida, e que o trabalho desenvolvido teve resultados mais rápidos do que muitos esperavam.

O legado da campanha e as perspectivas para o futuro

Esse desempenho no Campeonato Paulista não pode ser desconsiderado, pois criou uma base sólida e uma confiança renovada para a sequência da temporada. O elenco mostrou que tem potencial para competir com grandes times e tem a capacidade de enfrentar desafios difíceis, como aconteceu na última rodada. A eliminação pode ser um motivador para o restante do ano, especialmente para o Campeonato Brasileiro da Série C, onde a Ponte Preta busca sua ascensão à Série B.

A experiência adquirida ao longo do Paulistão, com todos os altos e baixos, será crucial para o clube no planejamento da sequência da temporada. Para a Ponte, chegar às quartas de final teria sido uma grande realização, mas o mais importante é o legado que essa campanha deixa: a construção de uma identidade de time competitivo e a perspectiva de um futuro mais promissor. Agora, o foco está totalmente voltado para a Série C, onde a Ponte Preta buscará sua recuperação e, quem sabe, o retorno às divisões superiores do futebol nacional.